Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.
Lembro-me de uma vez ter lido uma entrevista com a Kiera em que ela dizia ter desejado ser uma sereia e não uma princesa quando era criança. Esse seria um fato isolado caso o primeiro livro dela não falasse exatamente sobre esses seres e não tivesse acabado de chegar ao Brasil.
Há alguns anos houve um acontecimento misterioso no navio em que Kahlen e sua família viajavam. Uma musica tomou os pensamentos de cada passageiro e o fez se jogar no mar, para sentir o preenchimento que a água parecia causar. Kahlen resistiu, pediu pela vida e se viu diante do que poderia muda-la completamente. Em troca de viver, ela deveria servir à Água por cem anos, depois viveria normalmente e se esqueceria de tudo. Era simples: ela teria de cantar a canção que acabara de ouvir e chamar as pessoas ao encontro da água. Ela já havia completado oitenta anos de obediência e se tornado a mais querida entre as filhas da Água quando conheceu Akinli e passou a se perguntar o que todos aqueles anos teriam valido se ela não pudesse realizar seus maiores desejos.
A mortalidade de sua voz limitava o contato, mas mesmo um segundo parecia infinito quando estava perto daquele que despertou seu amor. O problema é até onde isso poderia dar certo.
Algumas garotas só aceitavam a ideia de servir à Água pelo medo de morrer, mas algumas aceitavam pela vontade de viver. Foi o segundo fato que tornou uma das personagens mais marcantes em sereia. O pai de Padma, uma doce menina indiana, a teria jogado no mar para não ter o desperdício de dinheiro que acarretava ter uma filha. Padma é uma boa forma de entender o que se passa na cabeça de cada menina quando chamada, principalmente porque preferia ter morrido caso tivesse que viver com o pai. É como uma caçadora de Ártemis que se aliava a ela para não precisar se casar e poder ter um objetivo, uma vida.
A construção das personagens nesse caso foi muito bem feita. Mesmo que elas tenham parte da memoria perdida, o leitor consegue ver uma história em cada uma. Me arrisco a dizer que nesse ponto a história superou A Seleção, além de ser mais doce e ter personagens mais fortes.
Por mais que me doa imaginar esquecer das pessoas importantes, a autora soube colocar isso de forma clara, medindo as consequências com fidelidade. Nesses tipo de momento o leitor consegue sentir a união entre a família que acabam se tornando aquelas meninas que decidem viver.
A narrativa é feita por Kahlen e por ela ser a "favorita" temos uma boa visão dos fatos, tendo velados apenas os momentos que devem ser esclarecidos no decorrer da história. Como uma das sereias mais velhas e a que pior lida com toda essa história, ela acaba sendo a que melhor nos contaria.
O belo vestido da capa foi criado pela própria Água, utilizando areia, e combinou perfeitamente com a água do fundo. Toda a escolha das cores foram pensadas para combinar com o clima do livro.
Recomendo A Sereia à todos que leram A Seleção, pois a linguagem é bem próxima e vemos personagens até mais forte que America. Também às pessoas que se interessam em conhecer mais os mitos da sereia e como eles podem se contextualizar.
BOOOM DIA! :)
ResponderExcluirTudo bem?
Já vi diversas resenhas sobre os livros da Kiera, sempre com elogios. Evidente que existem algumas críticas pontuais, mas no geral o pessoal gosta.
Ainda não li nenhuma obra dela.
Parabéns pela resenha.
Seguindo o blog. Adorei essas cores por aqui, haha! :D
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Olá, xará. Tudo bem?
ResponderExcluirOntem mesmo estava com esse livro em meu celular para ler, mas depois de ler a sinopse eu decidi passar a leitura adiante um pouquinho. Vi que era totalmente diferente de uma Kiera Cass que eu estou acostumada escrevendo A Seleção. Mas pelo visto, lendo sua resenha, eu me enganei completamente. A história me parece ser mega diferente, mas com aquela pitada de romance e "magia" que os livros da Kiera tem. Com certeza será minha próxima leitura!
Beijo,
http://www.pactoliterario.com/
Oie, tudo bem?
ResponderExcluirEu nunca li nada da Kiera, não me senti atraída pela "A Seleção". No entanto, esse lançamento despertou o meu a minha curiosidade, e já estou com ele na minha lista de desejados. Adorei a resenha!
Beijos,
Dai | Blog Cheiro de Livro Nacional