[RESENHA] O Mundo das Vozes Silenciadas, de Carolina Munhóz e Sophia Abrahão

Ano: 2015 | Páginas: 288

Idioma: português 

Editora: Rocco

Os dois se beijaram, e as cores intensas ao redor por um instante ficaram em segundo plano diante das sensações que experimentaram juntos. Eles eram as duas metades de uma mesma alma que depois de séculos se encontraram. Naquele momento, contudo, Sophie não ouviu o estouro dos fogos de artifício nem a música agitada dos Tirus. Um som abafado e estranho veio de longe, e ela percebeu que havia algo errado naquele cenário.
Quando abriu os olhos, não pôde acreditar que tudo aquilo havia sido um sonho. O barulho era um indício de que continuava na cidade de Roma e que as vozes mágicas do Reino estavam silenciadas.
Não era mais a mesma Sophie. Tudo mudara. E isso a assustava.

Mais madura, agora vemos Sophie forte e independente, trabalhando para uma banda de rock e vivendo todos os desafios da estrada e da mídia manipuladora. Além da mídia, um membro cheio de problemas também pode abalar as pessoas à sua volta. No meio de tudo isso Sophie é novamente chamada para o reino, e toda sua jornada recomeça.

Nessa nova jornada de aprendizados, ela tem que reaprender coisas das quais tinha certeza. Não havia superado o ex namorado, tampouco se sentia preparada para amar... e teria que resolver seus conflitos internos, rápido.

A transição de um livro para o outro ocorre em um grande intervalo de tempo e não há necessidade da leitura do primeiro para ler o segundo. O desenvolvimento da protagonista acontece na velocidade exata para que possamos acompanhar e a leitura flui na mesma velocidade. Não digo que seja uma leitura exatamente rápida, pois é feita de fases/evoluções que devem ser tratadas de tal forma.

Há alguns erros de digitação que não pude deixar de notar, mas a autora e os fãs já informaram a editora e é provável que isso mude nas próximas edições. Não são erros muito graves, mas certamente poderia ter sido evitados, como a troca do nome de um personagem e as transições de pensamento da autora (como um trecho que diz que a personagem chorou "muito tempo algumas horas").

A narrativa é feita em terceira pessoa e não tenho reclamações à respeito da escrita em si. Mesmo gostando muito de narrativas em primeira pessoa, sou obrigada a admitir que haveriam omissões marcantes e essa foi uma ótima escolha.

A forma que vemos a protagonista não muda muito, mas é impossível não notar sua evolução. Esse ponto foi bem trabalhado pelas autoras, fazer com que os personagens cresçam sem perder sua essência. Foi uma honra a sensação de familiaridade com a reaparição dos que estiveram no primeiro livro e confesso que morri de orgulho de todos.

Que a capa é maravilhosa é inegável, o vestido que Sophia Abrahão usa na capa está presente na história e isso só deixa ainda mais incrível. Aparentemente, livros azuis sempre conquistarão o mundo.

A lição final e o encerramento da história seguem a mesma características dos livros da Carolina, mas mesmo quem já conhece o trabalho da autora vai se surpreender. As principais lições são destinadas ao publico teen e deveria ser do conhecimento de todas as pessoas, independente da idade.

Recomendo o livro para todos que quiserem uma história de superação, com romances e amizades sinceras. Sinto muito, mas é impossível falar desse livro e ignorar o quando ele ensina. 

Sem duvidas foi uma das minhas melhores (re)leituras do ano. Nunca vou me cansar da história de Sophie.