[Resenha] Sejamos Todos Feministas

Olá!

Que saudades de vocês! Peço desculpas pela minha ausência, mas vieram as provas, uma ressaca literária bem forte e o penúltimo livro que li me decepcionou a ponto de eu não ter paciência para termina-lo (e estava bem no finalzinho). Explicando rapidamente, o livro romantizava coisas que nem de longe são saudáveis/bonitinhas. Talvez seja algo característico de romances de época, não sei é, mas não foi uma boa primeira experiência, não valeria muito a pena terminar de ler e compartilhar com vocês. Depois desse mini desabafo, vamos ao que realmente interessa. 

Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Ano: 2014 | Páginas: 46
Idioma: português 
Editora: Companhia das Letras

"O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo."A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente."Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são anti-africanas, que odeiam homens e maquiagem começou a se intitular uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens.Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé." 

Depois dessa decepção, que não foi pequena, eu precisei de alguém que entendesse o que eu estava sentindo. Já tinha comigo uma certeza: Chimamanda era a pessoa certa. Sejamos Todos Feministas é o tipo de livro curtinho que merece a releitura, pois sempre há um detalhe novo para nos fazer refletir. Ele, como a sinopse já nos diz, é um discurso feito pela autora numa conferência anual com foco na África (TEDx Euston) e aborda desde o medo da palavra “feminista” à como o machismo afeta aos homens também.

Por mais que tenhamos a visão de alguém de outro país com o feminismo e ele possa afetar aos leitores brasileiros (ou de qualquer outra nacionalidade) de formas distintas, Sejamos Todos Feministas consegue ser acessível, pela linguagem simples e a similaridade que podemos perceber. No mundo todo, o tempo todo, as mulheres são vitimas de alguma forma de opressão. São exigidos comportamentos bem específicos e comuns, principalmente que “se mantenham em seu devido lugar”, fingindo inferioridade em relação ao marido e conservarem seus casamentos.

Um ponto que me interessou bastante foi que Chimamanda se preocupou em dizer que todos sofremos com o machismo, mesmo os homens (num grau mais leve, claro). Toda essa cobrança de força física e emocional e de superioridade (principalmente financeira) só geram prejuízos futuros. Aproveitando para comentar: gente, por favor, não deixem de chorar ou mostrar que possuem sentimentos com medo dessa tal fraqueza estranha que eles querem pregar.


Este é um livro leve, simples e ao mesmo tempo muito informativo. Recomendo à todos, literalmente. Arrisco-me a dizer que viveríamos num mundo mais agradável se todos lessem e entendessem o que a autora quis passar e espero que possam dar uma chance ao livro, menos de uma hora, pois o arrependimento nesse caso é pouco provável.

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