[Resenha] Minha Prima Chata

Hey Judes! Recentemente eu li mais uma das obras do autor parceiro Alan Borges. Eu já havia falado brevemente sobre ele neste post, mas dessa vez eu trouxe todos os detalhes.


Marcelo é um garotinho adorável de nove anos que possuí uma família magnifica cujos pais são os melhores de todo o mundo - segundo ele mesmo diz. Viciado em vídeo game como qualquer outro garoto de sua idade, não abdica de suas brincadeiras mais simples. Ele tem uma vida incrível, o único problema é quando sua prima Cristina vem passar uma semana inteira em sua casa. Marcelo e Cristina possuem muitas diferenças em todos os aspectos possíveis, e estas diferenças ao mesmo tempo os levam a constantes discussões. Só que nesta visita de Cristina à sua casa, acontecerá algo surpreendente que Marcelo nunca havia imaginado que poderia passar...







Minha Prima Chata basicamente fala sobre a semana em que Marcelo recebe a visita de sua prima Cristina. Eles são bem diferentes, enquanto Marcelo é aquela pessoa que normalmente trata a todos muito bem, Cristina seria a tipica patricinha de series e novelas, que acredita estar sempre certa e acima de todos. 

É importante ressaltar o fato de o narrador (Marcelo) ter apenas nove anos e, portanto, não fazer sentido exigir uma linguagem complexa a ponto de o publico alvo não compreender. Com exceção de duas ou três palavras cujo eu desconhecia o significado e invadiam a narrativa (e que poderiam acostumar os leitores mais jovens a usar dicionários e ampliar o vocabulário), MPC tem uma linguagem bem acessível.  

Um dos detalhes mais marcantes do livro é a valorização da amizade. O leitor consegue sentir a pureza e a cumplicidade que jamais se extinguirá totalmente entre Marcelo e seus amiguinhos. É tão bonito, que esses personagens que talvez fossem menos importantes, despertaram em mim um carinho muito maior do que pela pessoa que Cristina acaba se mostrando.

Esta, que me incomodou muito por sua superficialidade mas acabou despertando em mim certa empatia. Era possível ver os reflexos de uma educação machista e a necessidade de agradar aos outros na maioria de seus atos. É realmente triste vê-la se privando de coisas que no fundo nós sabemos que talvez quisesse apenas por ser "coisa de menino". Uma das coisas que eu mais senti nas cenas em que a personagem estava presente, era a necessidade de se afirmar superior e, bem, isso não viria do nada, ela não teria simplesmente nascido assim.

Por mais que Daniela, mãe de Cristina, pareça ter vontade de fazer com que a filha se comporte respeitosamente, é impossível não pensar de onde surgiu o comportamento e o medo de fazer "coisas de pobre" da menina. Talvez não tenha sido culpa da mãe (e realmente não parece ser, mesmo levando em conta de que ela pode se portar diferente por estar na casa de outra pessoa) ou do pai, mas eu não acho justo culpa-la.

É lamentável que uma prosa tão boa tenha pecado na revisão. São de erros grosseiros aos mais banais e comuns, e é realmente triste imaginar alguém perdendo tudo o que poderia aprender com o livro ao abandona-lo julgando apenas por isso. Não serei hipócrita dizendo que não me incomodou em nenhum momento, mas também não acharia justo com o livro resumi-lo apenas a isso. 

Foi muito bom ver essa nova cara do Alan e percebe-lo explorar novas narrativas. Se eu já admirava seu trabalho, hoje posso dizer que quero acompanhar sua evolução no meio literário. Caso você tenha se interessado, deixo também o link de outros dois posts: Perfil do Autor e Resenha de Meu Amiguinho do Espaço (lançado posteriormente).

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